terça-feira, 3 de abril de 2012

Dandá Assessorias: BLOG BOCA DO RIO CULTURAL

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http://nossabocadorio.blogspot.com.br/2011/04/historia_02.html

BLOG BOCA DO RIO CULTURAL

A História.



A Boca do Rio é um bairro popular de Salvador, a comunidade tem uma feirinha, um competente e forte comércio popular e praças onde os moradores se reúnem. Com uma área de 760 mil metros quadrados acolhe uma comunidade de mais de 150 mil pessoas.
Começando no Centro de Convenções, o bairro tem como limites Pituaçu ao leste e o Imbuí ao norte. Este último, antigamente, também era chamado de Boca do Rio, assim como o local hoje conhecido como Conjunto Guilherme Marback. A região, hoje conhecida por Boca do rio, pertencia à freguesia de Nossa Senhora de Brotas, que ia do engenho da Bolandeira até a fronteira com a freguesia de Itapuã.


A história da propriedade das terras da Boca do Rio remonta o período imediatamente depois da fundação da cidade por Tomé de Souza. Segundo o Historiador Cid Teixeira, a Boca do Rio teve três grandes proprietários no início de sua história; o D. Antônio Ataíde, Conde de Castanheira e primo de Tomé de Souza; os Monges Beneditinos e o Povoador García D’Ávila. Estas três sesmarias foram doadas pelo Governador Tomé de Souza.


Os Beneditinos e o Povoador Garcia D’Ávila logo trocaram estas terras, mas o Conde da Castanheira permaneceu com elas e as foi deixando para herdeiros em várias gerações. No século XIX, entretanto, um acordo mudaria os rumos do título das terras da Boca do Rio, O Governador Manuel da Cunha Menezes, enviado de Portugal, se casou com a Condessa de Lumiares, herdeira legítima das terras do Conde de Castanheiras, o filho do casal, Manuel Inácio da Cunha Menezes, agora Conde do Rio Vermelho se tornou o dono das terras da Boca do Rio. Ele morava numa casa onde hoje fica o antigo Aeroclube, e explorava ali com ajuda de escravos a pesca do Xareu e de Baleia.
Ele montou uma oficina de beneficiamento do óleo de Baleia onde antes se vendiam escravos, na Casa de Pedra. Após muitos anos a Companhia do Queimado comprou as terras das mãos de Manuel Inácio da Cunha Menezes.


A atividade pesqueira iniciou o povoamento da comunidade, a pesca do Xaréu e do Bagre na boca do Rio das Pedras e a saída e chegada das tradicionais jangadas pela boca desse rio foi o ponto inicial de colonização desta comunidade. Lindas estórias são contadas por pescadores da Colônia de Pesca da Boca do Rio.


Os nomes dos sub-bairros desta comunidade revelam um pouco desta história, o Curralinho, por exemplo, revela a origem do local usado como curral de uma grande fazenda, a Baixa do Cajueiro remete á estas árvores que abundavam neste pedaço de restinga, a Baixa Fria remete a um sub-bairro nascido de um brejo ou charco que ali existia.



Nesta época os negros, seguindo seus instintos ancestrais, saiam do Quilombo do Cabula e de diversos outros lugares da cidade em busca da fartura de Xaréus e Bagres na desembocadura do Rio das Pedras. Esta praia foi batizada de Aratubáia e é banhada pelas águas quentes do Atlântico. Ali fixavam moradia e dedicavam-se a pesca e a fabricação de vassouras artesanais feitas de piaçava, uma palmeira nativa da restinga da região. Estes são os ancestrais de boa parte dos moradores e pescadores da comunidade.
O nascimento do bairro foi em 1950, mas em 1960 se deu a grande reviravolta com a chegada dos moradores das ocupações “Bico de Ferro” na Pituba, onde hoje é o Jardim dos Namorados, e por moradores de outra invasão em Ondina, que foram expulsos de seus bairros de origem pelo então Prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães.

Algumas pessoas começaram a construir casas ao redor do antigo aeroclube e assim a comunidade foi crescendo. Quando as mais de 200 famílias de Ondina chegaram a Boca do Rio, não havia água ou luz elétrica, as pessoas pegavam água de um reservatório da Embasa, e o lugar ocupado por eles na Boca do Rio é até hoje conhecido como Alto de Ondina. O Sistema de Transporte da região também era muito precário, a primeira empresa a circular na Boca do Rio foi a ITT, e logo depois chegou a BTU. Hoje, devido ao plano da engenharia de trafego da prefeitura a região é bem regada de transporte público.
Outro fator que contribuiu para o povoamento da Boca do rio foram pessoas que queriam montar suas casas de veraneio em um lugar cercado por dunas descobriram este lugar paradisíaco. Até a década de 60, havia no lugar uma grande lagoa (hoje aterrada) e também um manguezal, que era margeado por sua vegetação típica.

Em 1979 a Boca do rio ganha mais um presente, o Centro de Convenções da Bahia, um prédio público de arquitetura moderna e com capacidade de acolher 4,6 mil congressistas, destinado às feiras e exposições de negócios, além de congressos nacionais e internacionais, sendo um dos maiores Centro de Convenções do País, situado na Av. Simón Bolívar. A primeira rua a ser asfaltada na Boca do Rio foi a Rua da Moenda, o resto da comunidade só recebeu urbanização a partir da gestão de Mário Kertész que foi prefeito de Salvador de 1979 á 1981.


Pontuado por uma série de empreendimentos famosos em todo o Brasil, além da Sede de praia do Esporte Clube Bahia, há também alguns dos melhores restaurantes de Salvador como o Restaurante Yemanjá, Bargaço, Churrascaria Boi Preto, Tchê Picanha, Frango do Moura, A Porteira, O Picuí, o Corsário Praia Hotel, o Hotel Praia dos Artistas e muitos outros. Também temos quatro faculdades no bairro, como a FAMA, Faculdade Montessoriano de Salvador, oriunda da pioneira escola Montessoriano que ali existe ha dez anos.

A Boca do rio é também escolhida para a prática de diversos esportes, como por exemplo o triátlon, o ciclismo e o cooper; possuindo um percurso predominantemente plano, na orla marítima, partindo da altura do estacionamento do Aeroclube (próximo ao posto BR e ao Clube Bahia), seguindo pelo calçadão até a passarela do Parque Costa Azul. Boa condição de pista, excelente visual e ótima qualidade de ar.


É na Boca do Rio também que se encontra a praia do Corsário onde os surfistas encontram belas ondas para pratica do surf. Algumas praias de Salvador guardam histórias que nem sempre são conhecidas pelos seus moradores. A praia de Armação, por exemplo, uma enseada antes conhecida como praia do Chega Nego era um dos maiores pontos de chegada de negros trazidos da África, servindo para o desembarque clandestino de escravos durante o período em que o tráfico oficial foi proibido. Os escravos eram depositados numa senzala construída á beira da praia até serem comercializados. Este lugar era conhecido como casa de pedra na Avenida Otavio Mangabeira.

Os biomas de restinga e mata atlântica garantem uma notória e observada biodiversidade à região. É comum aos moradores da Boca do Rio acompanhar a desova de tartarugas marinhas e a rota migratória das baleias Jubarte na Praia dos Artistas, ou até mesmo a reprodução de uma infinidade de aves silvestres nativas do local.